Um dos principais problemas da atualidade é a poluição do ar. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a poluição do ar é responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano em todo o planeta. Sem contar que essa poluição é a principal responsável pelo aquecimento global.
Por este motivo, diversos projetos de leis surgem para contemplar as questões ambientais de redução de poluentes. Hoje no Brasil, o principal programa que temos com este propósito é o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE – http://www.ibama.gov.br/emissoes/veiculos-automotores/programa-de-controle-de-emissoes-veiculares-proconve).
As normas do PROCONVE estabelecem em cada fase limites cada vez mais rigorosos para garantir a qualidade do ar nas grandes cidades brasileiras.
Por isso, em 1º de janeiro de 2022, entrou em vigor no país a sétima fase do programa, a L7, e todos os veículos automotores produzidos no Brasil deverão seguir as novas regras.
Alguns carros com tecnologia mais avançada já possuem a adequação ao sistema de emissão de gases poluentes, contudo, muitos fabricantes já informaram que, para se adequarem à L7, irão deixar de fabricar determinados modelos que exigiriam investimentos altos, sem retorno. É o caso das montadoras mais famosas do Brasil, que deixarão de fabricar os modelos mais populares, enquanto outras montadoras alteraram as configurações dos seus modelos
Porém, a decisão não é apenas mercadológica. Para que eles continuassem sendo vendidos no Brasil, o motor 1.0 aspirado de quatro cilindros e 80 cv teria que passar por mudanças para atender à legislação de ruídos e emissões que entraram em vigor em janeiro deste ano. Outras novidades da L7 é que a medição de poluentes será mais rígida, assim como é feita nos EUA hoje, com acompanhamento de emissões de hidrocarbonetos, aldeídos e etanol por NMOG (gases orgânicos não metanos).
O equipamento de medição será calibrado para mensurar precisamente o nível de poluição de cada um dos compostos de forma separada, com adição do etanol no controle, que antes não tinha nível de emissões medido nos carros flex. Outra atualização está no período de testes para comprovação da durabilidade das emissões, para saber se em longo prazo, um carro apresenta ou não deterioração do motor e mudanças nos parâmetros de poluição, motores com volume de vendas superior a 15 mil unidades anuais passarão por testes de 160.000 km, o dobro dos 80.000 km rodados nas provas do Proconve L4, que valem até a regra atual L6.
Vale citar que a fase L8 do Proconve, prevista para vigorar em 2025, terá limites que não permitirão aos motores atuais seguirem as regras.
Todas essas alterações na legislação abrem caminho para um crescimento exponencial dos investimentos em carros elétricos, híbridos e, principalmente, híbridos flex.
A pergunta que fica é: quanto mais tempo vamos esperar para que essa tecnologia limpa se torne mais acessível a todos?